O ChatGPT, a inteligência operacional da análise de dados e o papel das organizações diante da novidade

O ChatGPT, a inteligência operacional da análise de dados e o papel das organizações diante da novidade

Augusto Borella*

Um dos temas mais abordados desde o início do ano é a nova ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para textos, o ChatGPT, que utiliza o aprendizado de máquina para gerar respostas otimizadas e precisas para as perguntas e consultas dos usuários. Como resultado, a tecnologia oferece uma experiência mais interativa e satisfatória.

Sabendo disso, refleti sobre as formas que esse protótipo pode ser interligado à Inteligência Operacional (IO) das empresas e sobre como elas devem se portar com os seus colaboradores para adaptá-los ao uso de uma inovação tecnológica. Primeiramente, a IO refere-se à capacidade de coletar, processar e analisar dados em tempo real para tomar decisões mais efetivas. Isso é feito por meio de recursos como dashboards (painéis de controle), sistemas de monitoramento e análise de dados em tempo real. Por exemplo, algoritmos de aprendizado de máquina podem ser usados para analisar grandes conjuntos de dados e fornecer insights (percepções) valiosos para a tomada de decisões.

Outra maneira é a automação de processos, que pode reduzir a dependência de tarefas manuais e o tempo de ciclo e melhorar a qualidade do trabalho realizado.

Por outro lado, a IA é um recurso da tecnologia que se concentra na criação de sistemas capazes de realizar tarefas que geralmente requerem inteligência humana, como reconhecimento de padrões, tomada de decisões, compreensão da linguagem natural e visão computacional. A IA também pode ser usada para melhorar a análise de dados em tempo real. Por exemplo, algoritmos de processamento de linguagem natural podem ser usados para extrair informações relevantes de conversas, permitindo que as operações monitorem as conversas de seus clientes e tomem decisões mais assertivas.

Portanto, os dados operacionais são coletados e devolvidos de forma organizada para a tomada de decisão, permitindo que o uso dos textos, juntamente ao modelo de trabalho, potencialize o engenheiro, aumente o suporte aos negócios e, consequentemente, aperfeiçoe o desempenho empresarial.

Agora, partindo para a questão de como as corporações devem se portar diante do ChatGPT, devemos ter em mente que é comum o anúncio de novas invenções gerarem preocupação nas pessoas de serem substituídas para escrever, até mesmo, um texto. Porém o que devem demonstrar é que, na verdade, todo modelo de IA é uma emulação do que o ser humano já fez e está registrado no ambiente digital, sendo que tecnologias como essa servem para facilitar a vida do ser humano ao automatizar processos repetitivos, de modo que o profissional seja capaz de criar novas hipóteses de solução e resolver ambiguidades. Ou seja, tecnologias como o ChatGPT geram mais demanda de trabalho para as pessoas por exigir mais criatividade delas para, cada vez mais, alimentar o banco de dados da ferramenta, permitindo que elas tenham atividades mais humanas e transferiram uma atividade mais mecânica para as máquinas.

Em função disso, é essencial que as organizações saibam preparar as pessoas e proporcionar o maior conhecimento possível sobre, inspirando a incorporar o novo no seu dia a dia com geração de valor, já que o desconhecido causa medo e desconfiança, enquanto o conhecimento proporciona compreensão e promove capacidade de utilização vantajosa da IA.

Por fim, gostaria de ressaltar que, no passado, a tecnologia tinha uma evolução lenta comparada a vida de uma pessoa, portanto, os aprendizados durante uma graduação valiam por toda carreira profissional. Hoje em dia, a única certeza que temos é que o que se aprende em um dia vai mudar em breve, em até três anos ou menos. Por isso, as empresas devem entender a função da ferramenta para explicar para as pessoas o que elas fazem e recapacita-las para extrair o máximo do novo potencial. Instrumentos como esse aumentam a demanda do trabalho humano e a capacidade delas de gerar valor. 

*Augusto Borella é diretor de Tecnologia da Viasat, INTELIE

Foto: Divulgação

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