Automatização das etapas logísticas: qual a importância das pessoas no processo?

Automatização das etapas logísticas: qual a importância das pessoas no processo?

Com o crescimento das vendas on-line, as empresas também passaram a se preocupar mais com processos logísticos. A logística precisa ser priorizada de forma a não ser mais vista como um centro de custos e sim como fator essencial que diferencia as empresas da concorrência. Hoje, os negócios mais inovadores do mundo investem parte significativa de seus faturamentos em oferecer uma experiência de entrega eficiente a seus consumidores. Tendo a tecnologia como grande aliada na roteirização, gestão e orquestração das rotas, muitos colaboradores se preocupam com suas posições e carreiras em um futuro onde a automatização das etapas está cada vez mais presente.

Caio Reina, CEO e fundador da RoutEasy

“A tecnologia logística automatiza processos e vem para agregar valor ao dia a dia dos profissionais, que podem focar em outras tarefas e demandas que precisam do ser humano. Além disso, é sempre necessário que tenhamos pessoas por trás das tecnologias envolvidas, não somente para desenvolvê-las, mas também para fazer monitoramento, avaliação, tratar casos que fogem à regra,  e até mesmo considerar a integração com novos sistemas.”, pontua Caio Reina, CEO e fundador da RoutEasy, startup de logística que oferece soluções de roteirização, gestão e orquestração para mais de 320 marcas e e-commerces.

Na etapa de otimização, a RoutEasy utiliza inteligência artificial para criar rotas de entrega otimizadas. Isso envolve muito mais do que encontrar o menor caminho entre um ponto A e um ponto B. É preciso levar em consideração fatores como agendamento de horários, tipos de veículos disponíveis, jornada de trabalho dos motoristas, entre outros pontos. Com rotas otimizadas via algoritmo, os clientes conseguem diminuir os custos, reduzir tempo no planejamento e ganhar mais competitividade nos prazos de entrega. Nesse sentido, o ser humano é essencial para definir, de acordo com os objetivos de negócio, quais são as regras e padrões a serem seguidos pelos sistemas.

Já na gestão, a chave é acompanhar o status da rota em tempo real. Monitorar as entregas é indispensável pois, só assim, é possível saber quais foram realizadas e quais não foram, entender com rapidez quais são as não conformidades, agir sobre os problemas e, se possível, conseguir reverter o que pode se tornar um inconveniente para o consumidor. A tecnologia fornece os dados necessários e as atualizações em tempo real, mas a análise de todos esses pontos precisa ser feita por um humano, que pensará qual tecnologia é mais essencial para alavancar seu negócio.

Por fim, o módulo de orquestração do last mile é a parte mais avançada. Significa utilizar a inteligência artificial para a automatização total do fluxo de trabalho. Elimina-se praticamente 100% do trabalho manual na operação e a equipe pode focar as energias em problemas mais analíticos e fundamentais para o crescimento dos negócios.

De acordo com André Pimenta, CEO da Motz, a transportadora digital da Votorantim Cimentos, cerca de 85% dos motoristas autônomos possuem smartphone, mas o setor ainda está distante de uma realidade cujo processo de escolha e transporte de carga ocorra sem nenhuma intervenção humana. “Estamos cientes da tendência da digitalização e da necessidade de investimento em tecnologia, mas as pessoas ainda são parte fundamental para contribuir com a digitalização do transporte rodoviário brasileiro.”, explica.

O modelo de negócio da Motz centraliza a gestão do relacionamento com os caminhoneiros, facilitando desde a seleção dos profissionais, até a administração dos contratos. Por meio de um aplicativo destinado a esses profissionais e um contínuo investimento em tecnologia, a  empresa monitora e acompanha todo o processo de transporte das cargas. O objetivo é escalar rapidamente o negócio com a utilização de tecnologia de ponta, tornando o modelo da logtech mais eficiente.

RoutEasy

A RoutEasy é uma startup de logística que utiliza inteligência artificial em soluções de otimização e gestão de entregas. Com mais de 300 clientes no Brasil e na América Latina, a Logtech aposta na inovação no tradicional setor de entregas. Sua atuação é baseada em algoritmo genético, programação e inteligência artificial, os quais são utilizados para otimizar e integrar processos. Isso contribui para maior produtividade e menor custo de entrega, e, assim, a startup fundada por Caio Reina gera economia de até 40% a seus clientes, que reúnem nomes como Shopee, Royal Canin, Rodonaves, GPA, Magalu, Obramax e DHL. Em agosto de 2021, a RoutEasy recebeu um aporte liderado pelo Grupo Ultra (UVC) no valor de R$5,8 milhões.

Motz

A Motz é a transportadora digital da Votorantim Cimentos, criada com o espírito de startup de uma logtech, mais enxuta, ágil, inovadora e com muita tecnologia. Tem como objetivo conectar as cargas de embarcadores com os motoristas autônomos, aliando a solidez, a capilaridade e a segurança no atendimento. Com cerca de 25 mil motoristas cadastrados em sua base, a Motz está presente em mais de 100 pontos de expedições em todo o Brasil, com atuação nas principais cidades e corredores de transporte rodoviário no país. Foram mais de 300 mil viagens no último ano, registrando a média de 30 viagens a cada hora.

Foto: rawpixel.com|Freepik / Divulgação

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