Webinar Brasil-França mostrou a logística após 15 meses de pandemia

Webinar Brasil-França mostrou a logística após 15 meses de pandemia

As associações de logística do Brasil e França, Abralog e Afilog,  mostraram nesta quinta-feira, 3/6/2021, o que mudou na logística dos dois países e região, após 15 meses de pandemia. O webinar ocorreu às 13h30, horário de Brasília, 18h30 de Paris. Participaram pelo Brasil: Hugo Yoshizaki, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; Leandro Bassoi, Mercado Livre; e Ricardo Betancourt, Colliers International.

Do lado francês estiveram Laetitia Dablanc, University Gustave Eiffel;, Bertrand Denoyel, da Khuehne + Nagel; Fréderic Larroumet, da Argan; e Thomas Steinmuller, que atua na Afilog alemã. A mediação foi conduzida por Pedro Moreira, da Abralog, e Paulo Ferreira, da Afilog. A formatação do evento ficou a cargo da Abralog.

Laetitia Dablanc, da University Gustave Eiffel, reportou aumento nos preços de transporte de contêineres, e também nos custos de materiais de construção, em continuidade ao que acabara de comentar o brasileiro Ricardo Betancourt, da Colliers International do Brasil, que apontou crescimento de 30% nos custos de construção do metro quadrado de galpões logísticos no Brasil.

O e-commerce foi um dos temas mais discutidos no encontro. A propósito dele, Laetitia Dalanc, quando se comentava a last mile (o evento todo foi em inglês), disse que um terço das entregas da última milha nas cidades francesas ainda ocorre por caminhões. “Não queremos perdê-los. Eles devem se tornar mais limpos, mais bem projetados para as cidades, mais seguros, mas devem continuar entregando nas cidades, porque fornecem consolidação de entrega e menos veículos-quilômetro”. Ela também se referiu à ocupação de edifícios de vários andares por atividades logísticas, ao lado de ocupações esportivas e de escritórios, gerando receitas mais elevadas para o segmento imobiliário.

Hugo Yoshizaki, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que dividiu o painel de abertura com Laetitia Dablanc, fez um relato sobre as mudanças na logística brasileira em função da pandemia, mas propôs uma reflexão: além de se falar em last mile, seria de todo conveniente que se desse espaço para se discutir a “middle mile”, geralmente na zona central das grandes cidades, em que as dificuldades de mobilidade são grande transtorno – um contratempo, que segundo o professor da USP, pode ser contornado com grande vantagem por meio da distribuição noturna, alternativa já testada, por exemplo, em São Paulo.

Sobre a abordagem, Thomas Steinmuller, da Afilog da Alemanha, comentou: a logística urbana é povoada por serviços de encomendas, com entrega a partir de depósitos centrais, por meio de cross docking, de onde as encomendas saem diretamente para o cliente. Ele também fez considerações sobre as entregas instantâneas feita pelo varejo a distâncias muito curtas, com as lojas funcionando como um centro de distribuição (dark stores), com ocupação temporária de mão de obra (gig workers).

Dessas lojas partem bicicletas e até mesmo entregadores a pé, situação importante do ponto de vista da sustentabilidade. A Gig Economy ganhou espaço no mercado mundial devido à flexibilização da era digital, em que as relações de trabalho puderam se tornar mais dinâmicas e atendendo necessidades de ambos os lados, através da prestação de serviços freelancer.

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