VLI inicia operação de transporte próprio na EFVM

Empresa investe R$ 600 milhões em locomotivas, vagões e contratação de 700 funcionários para atuar como transportadora ferroviária na linha da Vale.

A VLI, empresa que atua no setor de logística, iniciará sua primeira operação como Agente Transportador Ferroviário de Cargas (ATF-C) na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), controlada pela Vale. Com investimento de R$ 600 milhões, a companhia adquiriu locomotivas e vagões e fará adequações para o transporte de carga geral, além de contratar mais de 700 pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo.

A operação foi autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será acompanhada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A expectativa é que a estrutura esteja completa até o segundo semestre de 2026.

Antes, o transporte de carga geral na EFVM era realizado por maquinistas e locomotivas da Vale. Agora, a VLI poderá prestar o serviço diretamente com sua própria estrutura. Segundo o CEO da empresa, Fábio Marchiori, a mudança garante mais autonomia e eficiência nos processos de transporte.

Atualmente, cerca de 22 milhões de toneladas de carga de clientes da VLI passam anualmente pela EFVM, integrada ao Corredor Leste da empresa, que também inclui trecho da Ferrovia Centro-Atlântica.

A Vale continuará responsável pela manutenção da infraestrutura, transporte de passageiros, cargas gerais e minério de ferro, conforme seu contrato de concessão. A mudança não altera essas obrigações, segundo João Falcão, diretor da EFVM.

Do total investido, R$ 530 milhões serão destinados à compra de cerca de 50 locomotivas e 1.040 vagões, parte deles reutilizados do modelo anterior da Vale. Outros R$ 70 milhões serão aplicados na adaptação das instalações.

A ANTT reconheceu oficialmente a VLI como ATF-C em janeiro deste ano, permitindo à empresa negociar contratos operacionais com outras operadoras para compartilhar o uso de trechos ferroviários. A medida amplia a atuação da VLI no transporte ferroviário de cargas.

O novo modelo foi viabilizado pela Lei das Ferrovias (Lei 14.273/2021), que passou a valer em fevereiro de 2022. A legislação tem como objetivo abrir o mercado ferroviário com novas regras regulatórias, estimulando a concorrência e a ampliação dos serviços.

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