Transporte coletivo é solução estratégica para reduzir as emissões do Brasil, aponta CNT

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) acaba de lançar uma nova edição do Radar CNT do Transporte, com uma análise comparativa das emissões de dióxido de carbono (CO₂) no transporte rodoviário de passageiros. O levantamento destaca as diferenças entre os meios coletivos e individuais, evidenciando o papel fundamental do transporte público como alternativa estratégica para enfrentar os desafios ambientais e sociais no país.
Na última década, de acordo com a publicação, enquanto a população brasileira cresceu cerca de 4,9%, a frota de veículos leves aumentou 41,9%. Esse avanço tem provocado uma redução significativa nas viagens de ônibus, que caíram 44,1% no mesmo período.
O estudo também mostra que, embora os ônibus sejam equivocadamente tidos como mais poluentes por seu grande porte, eles podem emitir cerca de dez vezes menos CO₂ por quantidade de peso útil transportado (TKU) do que os veículos leves no segmento rodoviário de longa distância e seis vezes menos no contexto urbano. Isso se deve à maior capacidade dos veículos coletivos, que conseguem transportar mais passageiros com menor emissão por pessoa ao longo de um quilômetro.
Dessa forma, a priorização do transporte coletivo contribui significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente do CO2, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento do planeta. Adicionalmente, a segurança viária também é beneficiada pelo uso de ônibus, já que esses veículos apresentam índices menores de acidentes em comparação a automóveis e motocicletas.
Para incentivar a adoção de um modelo de mobilidade mais sustentável e inclusiva, a CNT propõe uma série de medidas, como:
- Ampliação de incentivos financeiros para aumentar a oferta e qualificar o transporte coletivo.
- Integração entre diferentes modais (ônibus, metrô e trens).
- Desenvolvimento de políticas públicas voltadas à promoção do transporte coletivo.
- Readequação de alíquotas do IPVA para veículos individuais mais antigos e poluentes.
Fonte: Revista Sobrerodas
Foto: Divulgação