Transporte aéreo de carga é essencial para segurança, digitalização e sustentabilidade

IATA destaca papel estratégico da aviação na cadeia de suprimentos global e cobra mais ação dos governos para ampliar uso de SAF e reforçar segurança.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) reforçou que o transporte aéreo de carga é essencial para a resiliência das cadeias de suprimentos globais. A entidade pediu foco contínuo em segurança, digitalização e sustentabilidade, durante a abertura do 18º Simpósio Mundial de Carga (WCS), em Dubai.

A segurança segue como prioridade, principalmente no transporte de baterias de lítio. A IATA cobra dos governos mais fiscalização para coibir o transporte irregular e apoiar a atualização do Anexo 18 da Convenção de Chicago, que define normas internacionais para mercadorias perigosas. A entidade também pede mais coordenação entre países para prevenir incidentes e garantir proteção a todos os envolvidos na aviação civil.

Na digitalização, a IATA defende a adoção do padrão ONE Record como modelo global para compartilhamento de dados, com meta de implementação até janeiro de 2026. O sistema já é adotado por empresas que representam 72% do volume mundial de conhecimento de embarque aéreo, além de mais de 10 mil agentes de carga e 100 fornecedores de tecnologia.

Em relação à sustentabilidade, a IATA mencionou os avanços na eliminação de plásticos de uso único e o incentivo ao uso de combustível sustentável de aviação (SAF). A entidade lançou o SAF Registry e anunciou o CO2 Connect for Cargo, ferramenta para cálculo de emissões. No entanto, alertou que a produção de SAF ainda está abaixo do necessário, com custos altos e falta de políticas públicas de incentivo.

A associação também criticou a contradição de governos que subsidiam combustíveis fósseis, mesmo com metas de neutralidade de carbono. “As empresas aéreas estão comprometidas, mas não podem agir sozinhas”, afirmou Brendan Sullivan, diretor global de carga da IATA.

A IATA defendeu o livre comércio e alertou para os riscos das tensões comerciais em curso. Segundo Sullivan, qualquer restrição ao fluxo de mercadorias impacta negativamente empresas, consumidores e economias.

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