Implementação de logística sustentável no e-commerce

Implementação de logística sustentável no e-commerce

Fabrício Santos*

É esperado que o e-commerce B2B cresça a uma taxa anual de 19,7% até 2030, segundo um estudo da Grand View Research. Essa expansão do comércio eletrônico traz diversos benefícios às empresas, como redução de custos operacionais, além de mais conforto e praticidade aos clientes na hora de fazer compras. No entanto, em meio às vantagens, existem também os desafios, como o crescimento das frotas de entregas, seja por vias aéreas, terrestres ou marítimas e alinhamento do setor logístico com as expectativas de vendas.

A partir deste cenário, o debate sobre os impactos ambientais causados pelo setor logístico e os efeitos do e-commerce no planeta ganha cada vez mais evidência. Estive presente na última convenção da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), que aconteceu no mês de junho, e é fato que o mundo está caminhando para a sustentabilidade e todos os segmentos devem se adequar a esse pensamento, buscando soluções que colaborem para a preservação do meio ambiente. O momento nos mostrou que a Governança deve iniciar a prioridade em ações sustentáveis ao mapear as práticas empresariais e analisar o que pode ser melhorado.

Por mais que ainda exista certa resistência com relação aos efeitos nocivos das emissões de carbono ou gases do efeito estufa, os negócios já começam a se conscientizar que dependem de ações sustentáveis para sobreviver no mercado. Prova disso foi a análise, realizada pela plataforma Opinion Box, que concluiu que uma a cada três pessoas se preocupa com as práticas sustentáveis das marcas que consomem. Então, motivos não faltam para que os setores se movimentem para investir em ações sustentáveis.

No segmento de entregas, podemos citar o conceito de logística verde, iniciativa que consiste na tomada de atitudes que deixem a cadeia logística mais sustentável, causando menos impactos no planeta, como a redução da emissão de carbono. Nesse sentido, confira abaixo quatro medidas que uma empresa pode tomar para reduzir os danos ambientais.

  1. Invista em veículos mais eficientes e ecológicos: atualmente, já existem alternativas de transporte menos poluentes, como carros elétricos e híbridos, que podem ser a chave para a logística sustentável. Isso significa que as empresas podem estabelecer um projeto de renovação da frota, o que trará melhorias não só ao meio ambiente, como também mais eficiência ao transporte, reduzindo, desta forma, as despesas com manutenções e combustíveis. Outro ponto a se considerar são as manutenções preventivas e corretivas, que, quando realizadas corretamente, evitam o desperdício de recursos e reduzem a emissão de gases poluentes.
  2. Implemente a estratégia 5R (Reduzir, Reciclar, Reutilizar, Repensar e Recuperar): essa iniciativa otimiza o uso de recursos e dispensa aqueles que não são necessários, reduzindo o desperdício, reutilizando quando possível e recuperando para evitar perdas desnecessárias. Por meio dessa estratégia, é possível pensar em ações como o uso de embalagens recicláveis, a reutilização de pacotes para guardar cargas e até mesmo a criação de workshops e projetos educativos para a equipe operacional, incentivando o time a sempre repensar seus atos e buscar tomar atitudes sustentáveis. Esse foi um dos pontos de importância na convenção da ABAD, pois além desta iniciativa contribuir para redução de impactos ambientais, também gera economias para as empresas no processo de distribuição e possibilita uma economia circular.
  3. Priorize a roteirização inteligente: um bom planejamento sobre a roteirização das entregas também contribui para uma logística sustentável. Essa prática consiste em traçar as melhores rotas para as entregas ao cliente, gerando um aumento da vida útil do pneu e a otimização do consumo de combustíveis, além da redução de custo com frota. Um software de roteirização é a chave para esse planejamento de entregas, que contribui tanto para o meio ambiente, ao reduzir a emissão de poluentes, como para a empresa, otimizando a ocupação dos caminhões e o trabalho da equipe.
  4. Invista em um WMS (Warehouse Management System): oSistema de Gerenciamento de Armazéns ajuda na otimização do fluxo de mercadorias e materiais nos Centros de Distribuição, simplificando o recebimento, o armazenamento, a movimentação e a expedição. Por meio de um gerenciamento de estoque adequado, as empresas conservam os produtos da maneira adequada e evitam avarias, o que contribui para uma cadeia sustentável, reduzindo a quantidade de resíduos, além de diminuir os custos operacionais e elevar a produtividade dos funcionários. Outro ponto, é que o WMS torna a operação mais assertiva, assim, é possível evitar retrabalho e erros de pedidos, reduzindo a quantidade de devoluções e reentregas. Além disso, colocar coletores de dados aliado ao WMS faz com que não seja mais necessário o uso de papel dentro da operação.

Fica evidente que empresas de todos os setores precisam estar atentas em relação à adequação de sua operação quando se fala de impacto ambiental. E, no caso do setor logístico, a atenção deve ser voltada ao aumento do tráfego relacionado às entregas. Nesse sentido, a busca por inovações tecnológicas pode ser uma saída, que contribuirá para o meio ambiente e para a empresa, propiciando redução de custos operacionais e aumento da produtividade, sem esquecer de cuidar do nosso planeta.

*Diretor da onBlox, empresa do Grupo Máxima que desenvolve softwares logísticos comercializados em módulos para a cadeia de abastecimento. Com formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira, o executivo atuou por mais de 12 anos na PC Sistemas (atual Totvs), onde desenvolveu vasta experiência na construção de sistemas.

O Grupo Máxima

O Grupo Máxima desenvolve soluções que conectam toda a cadeia de abastecimento, com o objetivo de tornar a rotina de atacadistas e distribuidores, indústrias e varejistas mais simples.

Dentre as empresas que fazem parte do Grupo estão a MáximaTech, com soluções de força de vendas, logística de entrega e trade marketing; a LifeApps E-commerce, com uma plataforma de vendas online específica para distribuidores e indústrias; e a onBlox, que desenvolve softwares para gestão de armazém e gestão de frotas que podem ser implementados em blocos de acordo com a necessidade de cada empresa, sem precisar paralisar a operação na implementação.

O objetivo do Grupo é ser um hub de tecnologias que conectam os diversos segmentos da supply chain, contribuindo para a evolução de empresas de todos os tamanhos.

Atualmente, o Grupo Máxima conta com mais de 100 mil usuários e mais de 1,5 mil clientes em todo o território nacional.

Foto: Divulgação

Artigos relacionados