Brasil perde mais de US$ 2 bilhões por ano com ineficiências portuárias

Estudo da Bain & Company mostra que demurrage gerou US$ 2,3 bilhões em custos em 2024. Principais causas são climáticas, infraestrutura e burocracia.

O Brasil gastou cerca de US$ 2,3 bilhões em 2024 com demurrage, custo gerado pela sobreestadia de navios nos portos para carga e descarga, segundo levantamento da consultoria Bain & Company. O valor evidencia a necessidade de gestão ativa para reduzir prejuízos no transporte marítimo de carga.

A movimentação portuária no país cresceu de 1,30 bilhão de toneladas em 2023 para 1,32 bilhão em 2024, com taxa de crescimento anual superior a 4% desde 2020. O aumento da atividade, somado a gargalos operacionais, tem impactado especialmente as exportações de commodities como minério de ferro, soja, milho e petróleo, além da importação de derivados e fertilizantes.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) registrou aproximadamente 150 mil horas de paralisações portuárias em 2023. Mais de 75% delas ocorreram por fatores climáticos, congestionamento, infraestrutura deficiente e burocracia. O principal problema nos terminais costeiros e interiores foi o acúmulo de embarcações.

A Bain destaca que melhorias na infraestrutura não são suficientes sem ações estruturadas para evitar a demurrage. A consultoria recomenda medidas como diagnóstico detalhado das causas, equipes ágeis de resposta, revisão de processos e regras de negócio, e investimento em ferramentas digitais, incluindo inteligência artificial.

A empresa afirma ter ajudado clientes a reduzir o tempo de sobre-estadia em mais de 50% em diferentes operações portuárias, ao aplicar essas estratégias de forma personalizada para cada produto e local.

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