Autoridades europeias apresentam setor portuário da Noruega para Missão da ABTP

Com metas ousadas de descarbonização, país vê o Brasil como grande parceiro na região.

Durante encontro em Oslo, autoridades norueguesas apresentaram à missão da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) as características do setor portuário do país, marcado por descentralização, sustentabilidade e eficiência. A vice-ministra do Comércio, Indústria e Pesca, Kristina Sigurdsdottir Hansen, afirmou que 91% do transporte internacional e 41% do transporte doméstico na Noruega são realizados por via marítima. No Brasil, a cabotagem representa apenas 13% do total transportado internamente.

A gestão dos portos noruegueses é feita por municípios ou por operadores privados e desempenha papel central na transição para uma economia de baixo carbono. O país pretende reduzir pela metade as emissões de gases do setor até 2030. “Queremos colaborar com o Brasil de diversas formas no setor de portos e temos muito a crescer juntos”, declarou a vice-ministra, que também confirmou a presença da Noruega na COP-30, em Belém (PA).

Aslaug Nygård, diretora do Departamento da América Latina e Caribe do Ministério dos Negócios Estrangeiros, reforçou o papel do Brasil como principal parceiro da Noruega na região. Ela mencionou a experiência do país escandinavo na gestão portuária de baixas emissões e destacou a importância do uso de tecnologia, especialmente no setor de óleo e gás.

As autoridades ressaltaram a relevância das parcerias ambientais com o Brasil, como a participação no Fundo Amazônia. O presidente do conselho da ABTP, Roberto Oliva, citou companhias norueguesas atuantes no Brasil — como Odjeffel, Hydro e G2 Ocean — e classificou a visita como uma oportunidade de aprendizado sobre a operação portuária e geração de energia limpa.

O encontro tratou de cooperação técnica e intercâmbio de conhecimento voltado à economia azul. O presidente da ABTP, Jesualdo Silva, afirmou que o diálogo fortalece a relação institucional entre os países, pode atrair investimentos e acelerar a modernização portuária brasileira. Os dois países têm um Memorando de Entendimento para descarbonização da navegação.

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