Empresas familiares enfrentam desafios para sobreviver a gerações

No Brasil, apenas 30% dos negócios familiares chegam à segunda geração, segundo levantamento da PwC.

As empresas familiares representam 90% dos negócios no Brasil, geram 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e 75% dos empregos privados, de acordo com dados do Sebrae e do IBGE. No entanto, a continuidade dessas organizações é um desafio. Apenas 30% chegam à segunda geração, 12% à terceira e menos de 3% à quarta, segundo levantamento da PwC.

No Brasil, a taxa de mortalidade dessas empresas é alta: 70% não superam a primeira sucessão, de acordo com estudo da Fundação Dom Cabral (2022). Globalmente, a situação é semelhante. Segundo a KPMG (2021), apenas 13% das empresas familiares no mundo ultrapassam a terceira geração.

A equipe do Dessimoni & Blanco Advogados, em São Paulo, atendeu cerca de 3 mil empresas familiares nas últimas duas décadas. O sócio fundador, Alessandro Dessomini, afirma que apenas 25% a 30% dessas companhias chegaram à segunda geração. Ele atua no setor de governança corporativa e sucessão em empresas dos setores de varejo, atacado, logística e transporte, além de ser vice-presidente jurídico da Associação Brasileira de Logística (Abralog).

Para Dessomini, garantir a continuidade dessas empresas é essencial para a economia. Ele destaca a necessidade de estrutura de governança, planejamento sucessório e capacitação dos profissionais com visão estratégica e maturidade emocional.

Entre os principais fatores de fracasso estão a ausência de planejamento sucessório, conflitos familiares, resistência à profissionalização e falta de governança estruturada, conforme o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Por outro lado, empresas que adotam conselhos de administração profissionalizados conseguem dobrar suas chances de longevidade, impacto observado em 45% dos casos, segundo a PwC (2023).

Alessandro Dessomini também coordena o Comitê ESG da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), é conselheiro de administração formado pelo IBGC e coordena o Comitê Agenda Política da Abad.

#empresafamiliar #sucessao #governanca #planejamentosucessorio #economiabrasileira